O Hermetismo representa um conjunto de doutrinas representadas através do mito Hermes Trismegisto que é relacionado ao Deus Egípcio Tot, representando um ícone a vários alquimistas, filósofos e teólogos, a partir da Idade média.
A alquimia na idade média está relacionada a descoberta de uma fórmula capaz de libertar os males físicos e morais do homem, a pedra filosofal capaz de transformar o grosseiro e impuro metal em ouro.
Abaixo iremos apresentar a possível alquimia do Homem através de Jesus o Cristo extraída do Livro GNOSE DOS GRAUS DE CAVALARIA DO RITO DE YORK – TOMO IV.
A ALQUIMIA DE JESUS O CRISTO:
Os rozacruzes e os alquimistas do passado procuravam transmutar o grosseiro e impuro latão no mais puro ouro, recorrendo à química e as outras fórmulas materialmente inacessíveis, sinalizando a busca espiritual.
O ouro representa um fragmento do sol, ou seja, a possibilidade de o homem possuir uma compreensão maior do todo, através do contato com o seu Eu Superior, representado pelo Cristo que habita o nosso interior.
Na maçonaria há o mesmo simbolismo, que relaciona o homem profano ao primeiro templo e o homem superior, (aquele que teve coragem de lutar contra si mesmo, procurando submeter os seus vícios e desejos profanos), em um homem reconstruído, representado pelo segundo templo.
Poucos tem o conhecimento que Jesus o Cristo realizou a pura alquimia, narrada por Mateus no capítulo 17, versículo de 1 a 9, sinalizando o caminho para nós, homens imperfeitos, que ousam tornarem-se melhores, reconstruindo-se.
Mt 17,1-9 Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha.
E foi transfigurado diante deles; o seu rosto brilhou como o sol e as suas roupas ficaram brancas como a luz. Nisto apareceram- -lhes Moisés e Elias, conversando com Jesus. Então Pedro tomou a palavra e disse: “Senhor, é bom ficarmos aqui. Se queres, vou fazer aqui três tendas: uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias”. Pedro ainda estava falando, quando uma nuvem luminosa os cobriu com sua sombra. E da nuvem uma voz dizia: “Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo meu agrado. Escutai-o!” Quando ouviram isto, os discípulos ficaram muito assustados e caíram com o rosto em terra. Jesus se aproximou, tocou neles e disse: “Levantai-vos, e não tenhais medo”. Os discípulos ergueram os olhos e não viram mais ninguém, a não ser somente Jesus. Quando desciam da montanha, Jesus ordenou-lhes: “Não conteis a ninguém esta visão até que o Filho do Homem tenha ressuscitado dos mortos”.
A transfiguração citada acima; “…foi transfigurado diante deles; o seu rosto brilhou como o sol e as suas roupas ficaram brancas como a luz”, representa a parte Divina de D’US se sobrepondo a parte humana do filho de D’US (Jesus), cujo verbo se fez carne.
Na passagem em que Moises fala com D’US no Monte Horeb, quando Ele se manifesta através de uma sarça ardente que não se consumia pelo elemento fogo, Moisés cobriu o rosto, assim como os discípulos que caíram com os seus rostos perante a terra.
Devemos observar que a Trindade é ratificada por D’US quando disse: “Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo meu agrado. Escutai-o! ”, ou seja, para o Cristão o próprio Deus através de Jesus o Cristo; para os Judeus o Mashiach aguardado, que ainda haverá de vir, através do Homem/Deus, da descendência da Casa de Davi que será um catalizador da fraternidade, trazendo a paz e a harmonia, ou seja, um libertador do homem imperfeito.
D’US é tão poderoso e indescritível que nenhum homem poderá olhar para Ele e continuar vivo, tamanho o seu esplendor.
D’US através da sua infinita bondade, concedeu a humanidade através de um fragmento de Si Mesmo; sendo ao mesmo tempo D’US Pai, D’US Filho e D’US através do Espírito Santo, através de um homem Deus, para que nós, seres humanos pudéssemos contemplá-lo através do seu Filho, que é Ele Próprio através de Jesus o Cristo.
Gostaria de observar que na visão da mais pura gnose cristã há a união do Judaísmo com o Cristianismo, como ocorreu na composição da Bíblia Sagrada, quando D’US reúne no mesmo momento Moisés e Elias com o mestre recente, Jesus o Cristo.
Moisés o maior profeta foi o instrumento de D’US, escolhido por Ele para a libertação do povo Hebreu do cativeiro. Foi o seu líder e legislador. Recebeu diretamente de D’US às tábuas da lei, sendo o único homem que teve a permissão de conversar diretamente com D’US, tornando-se o seu porta voz. Foi descrito como “mais humilde do que todos os homens que havia sobre a face da terra”. (Números 12:3)
Elias: Um defensor de Javé em contraponto ao culto do deus canaanita Baal, cujo nome significa “Jeová é Deus”.
Assim como Moisés, serviu como porta voz de D’US para o povo, alertando-os sobre os castigos que iriam ocorrer, principalmente devido a idolatria do povo.
Elias assim como Enoque foram arrebatados, ou seja, não passaram pela experiência da morte, termo conhecido por transladação.
Moisés morreu, conforme encontramos em Deuteronômio 34: 5-7, devido a um erro cometido no passado, descrito em Deuteronômio C.32, v.51-52. Ninguém encontrou a sua sepultura, tendo provavelmente, logo após a sua morte, sido recebido nos céus em glória.
Para maior ilustração, abaixo compartilho fragmentos do Livro do Deuteronômio, citado anteriormente.
Deuteronômio 34: 5-7
5 Assim, morreu ali Moisés, servo do Senhor, na terra de Moabe, conforme o dito do Senhor. 6 Este o sepultou num vale, na terra de Moabe, defronte de Bete-Peor; e ninguém tem sabido até hoje a sua sepultura. 7 Era Moisés da idade de cento e vinte anos quando morreu; os seus olhos nunca se escureceram, nem perdeu ele o seu vigor.
Deuteronômio 32, 51-52
51 “porquanto prevaricastes contra mim no meio dos filhos de Israel, nas águas da contenção, em Cades, no deserto de Zim, pois me não santificastes no meio dos filhos de Israel. 52 Pelo que verás a terra diante de ti, porém não entrarás nela, na terra que darei aos filhos de Israel”.
Retornando ao novo, ou seja, a Jesus, devemos observar que os seus discípulos se ofereceram para montar três tendas aos importantes profetas, unindo o antigo com o novo, segundo o meu entendimento teológico.
Os três seguidores de Jesus representam cada um de nós, de forma individualizada, ou seja, única, conforme irei vos apresentar de maneira sintética.
Às três possíveis formas que irei expor se relacionam à possibilidade da “libertação” do nosso ego inferior para vivermos em glória na Grande Loja Celestial.
Pedro amava Jesus na forma bruta, assim sendo, representa o amor.
Tiago foi o primeiro discípulo que deu a sua vida em defesa da fé, tendo sido degolado, representando aquele que se doa verdadeiramente.
João representa o discípulo mais amado, sinalizando a possibilidade de sermos regatados pelo Amor Superior e Incondicional de D’US, atuando diretamente em nós.
Essas três possibilidades sinalizam a princípio um sofrimento que é inerente a esse plano, mas se vivermos o sofrimento hoje com dignidade e coragem carregando a nossa cruz, viveremos a ressurreição plena no amanhã.